Minha alma suplica o real.
Quer ser atendida, inimagináveis os dias de desgaste.
Tanto suor e lágrimas para comprovação do saber. Um saber otário, ordinário, que se perde nesse cérebro prestes a se desmanchar.
Mas se eles querem meu sangue, terão o meu sangue só no fim!
Não agüento mais, mas tenho que agüentar.
Não agüento mais, mas tenho que agüentar.
Não agüento mais, mas tenho que agüentar.
Não agüento mais, mas tenho que agüentar.
Não agüento mais, mas tenho que agüentar.
Quero gritar, mundo que bosta você está.
Qual o caminho Thiago?
Por onde andar, me ensina que estou perdida, que estou desesperada.
E eu que queria apenas ser, não sei bem o que, mas queria ser, mas de repente pra ser era só nascer.
E hoje só pra ser, estou quase no morrer.
Sufoco-me, agrido-me, saio da cama para coisas que odeio.
Para ouvir os “professores”, essas técnicas academicistas, transmitidas sem nenhum pensar, mas com muito pesar, passar bem!
Ai, ai, professores de modo de vida infeliz, do sadismo, da penalidade, do egocentrismo. Viva a fogueira das vaidades.
Porque não se queimam logo pra acabar com isso.
E eu, o que faço no meio disso? Não sei como agir, me sinto fraca, impotente, só consigo gritar pros meus dedões, tão pra baixo que só meus pobres dedões podem ouvir.
Oh Deus, como queria que fosse real e carnal.
Como queria que fosse meu herói, que me tirasse dessa com o poder que imaginamos que você tem.
Mas você não é meu herói. E tudo que eu faço tem conseqüência, tudo o que eu passo é por que um dia eu fiz, de bom e de ruim.
Tudo é aprendizado, mas como aprender às vezes cansa.
Realmente sou dona da minha razão? Às vezes penso que sim, mas muitas vezes que não.
Que carga pesada é essa atrás de toda ação, em que estamos imersos?
Como mudar meu Deus, me ensina, apareça e me diga! Quero mudar, mas não consigo, sou fraca, logo desisto.
Para que serve minha força, só pra agüentar essa chatisse?
Precisava ser pra mais, né, Senhor!
Chega de contar os dias para acabar, chegar de olhar o relógio para ver se a hora passou, chega de olhar calendário, de esperar fim de semana, de esperar feriado, férias, aposentadoria, morte.
Está errado, não pode ser assim. Não posso estar aqui pra isso.
Que fim isso terá? Ensina-me a caminhar no real, ou me ensina ser forte para viver os meus sonhos, porque assim não agüento mais.
Como eu sei o que quer dizer “entre a cruz e a espada”. Também sei o que quer dizer, “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”. Ah, eu sei! Não queria, mas eu sei. Que merda, eu não queria saber.
Que conquistas me esperam no meio dessa agonia para que o tempo passe, para que as coisas terminem logo?
Tenho medo, muito medo de levar uma vida medíocre, de continuar diminuindo horas, dias e anos.
Ufa, mais um passou! CARALHO!!!!
Onde estamos e pra onde vamos?
Que merda é essa a minha volta, queria não me sujar, mas ela tem pernas. Ela me persegue, ela quer me afundar. O cheiro está no ar e não há bom ar que mascare isso.
Vamos gastar todo o bom ar que o mundo for capaz de produzir, será que venceremos o cheiro da merda?
Que depre, não consigo superar a merda.
Fico obcecada por uma idéia quando começo a pensar nela.
Estou na biblioteca, as pessoas por aqui estão tentando, mas eu nem tentar consigo. Afundei-me aqui nessas palavras vomitadas, para limpar a mente.
Aliás, contraditório falar disso, limpar a mente falando de merda e vômito, mas é limpeza sim, quem disse que limpeza é só com desinfetante.
E eu que tantas vezes sou flor, e algumas outras o jarro de flor, hoje sou só excrementos, mas pra quem sabe de ciclo sabe que excremento é adubo pra muita coisa.
E juro que o fato de eu estar assim não é só culpa minha, sim, te culpo pela minha infelicidade e por elas estarem escritas aqui de modo tão infeliz, mas deixo você também me culpar pela sua. Vamos assumir nossas culpas, chega de disfarçar. Mas não muito, que demais eu não agüento.
De repente podemos partilhar culpas, fica mais leve pra você?
Eu ainda não sei, ando sabendo de poucas coisas por esses dias, mas haja o que houver eu vou tentar.
Um minuto de silêncio interno.
Que susto.
Minha mão não quer parar, parece que obcecada agora é ela, acho que ficou obcecada por essas palavras inúteis.
Coitada, vicia fácil.
Que vulnerável, chego a ter pena.
Aliás, agora a mente pegou gosto de novo. Para pensar sobre a pena.
O que é ter pena? Da onde veio a expressão?
Quem é mais merecedor de pena, quem sente pena ou o destinatário da pena?
Que coisa estranha sentir pena. Tem que ser muito superior pra sentir pena.
E sentir pena de nós mesmos, que fracasso, chega a dar pena.
Pena acumulada podia dar para voar. Ia ficar lá de cima, jogando minhas penas para os que ficaram. Uma a uma. Quem sabe lá de cima possa me sentir grande e superior.
Só ter cuidado para não cair.
Já cai do cavalo, quem nem é tão alto e dói à beça.
Meu braço está aqui para me lembrar dia após dia, dói, para que a lição esteja marcada. E eu ainda ri da menina que se estropiou caindo do próprio salto alto.
Agora minha vontade é de rir compulsivamente. Imagina cair e se estropiar do próprio salto alto. Que desequilibrada insana estou hoje.
Melhor manter distância antes que espirre em você.
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