quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Made in China


Que medo da China.
Outro dia na C & A, olhando umas roupas, várias etiquetas de Made in China nas roupas.
Comprei uma mochila no camelô em sampa e para minha surpresa quando cheguei em casa e fui mexer nela, lá estava a bendita etiqueta, Made in China.
Ontem no supermecado, vi umas canetas da Faber castell, no pacotinho, como só andava comprando caneta ruim ultimamente e elas paravam de funcionar em duas semana, resolvi comprar uma caneta "de marca", mas foi chegar em casa e abrir o pacote que o fantasma Made in China voltou a me perseguir e ele é bem pior que qualquer dragão, garanto.
Que horror, até a caneta de Faber castell é Made in China. Isso está virando paranóia, comecei a olhar o leite, o sabonete, os cotonetes, as havaianas pra ver se também era Made in China, porque o Made in China para mim já está sinônimo de Medo in China. É um país que me causa medo.
Não tenho muita paciência pra assistir jogos olímpicos, com raras excessões de família reunida pra ver uma coisa ou outra, bati o olho em alguns jogos, mas com as olimpíadas deu pra ver um pouco mais do que se tornou esse país. Acompanhei algumas matérias da globo, anteriores as olimpíadas, em que retratavam o cotidiano daquele povo, tão longe da gente e cujas mãos e olhos atentos fazem todos os produtos que tem vindo parar em minhas mãos e outros tantos em milhares de mãos mundo afora.
E mais medo da China. Lógico que tem todas as diferenças culturais e tentava pensar nelas para não julgar tão negativamente, mas foi impossível, minhas impressões do país são horríveis.
Um povo manipulado para um vigiar um a vida do outro, um povo em que as crianças não sabem mais o que são estrelas, um povo que trabalha doze horas por dia, que vive amontoando, que despreza as filhas mulheres. Um povo que virou a indústria do mundo?
No que se transformou essa cultura milenar, cujos homens e mulheres delicados faziam os objetos mais delicados que já vi na vida, pacientemente.
Um povo que teve grandes pensadores, mestres espirituais, filósofos.
Ah Confúcio, que pensarás ti sobre teu povo agora.
Tem uma história de lá que preciso contar, tem uma cidade lá no sul da China, que explorava minérios e acabou com uma montanha que era a paisagem principal da cidade.Solução do governo? Em vez de replantar as árvores para trazer a beleza de volta, pintaram a montanha de verde. O gasto disso foi absurdo, porque imaginem o trabalho de pintar essa montanha de verde, o tanto de tinta e mão de obra. É triste. Quando penso nas pinturas chinesas e agora me deparo com uma
montanha pintada
toscamente
de um verde
horrível,
é triste.
No ser humano
cabe tudo mesmo.



sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Escolhas

ai, socorro!
não consigo escolher nada, não estou me suportando...
não estava mais suportando o layout do meu blog, resolvi mudar,
mas até para mudar essas simples coisas está dificíl,
difícil escolher a cor, o modelo, a letra, ai tudo!
Enfim, fiquei com medo de mim mesma e
resolvi não abusar nas misturas.
Ele está tão sóbrio. Pelo menos ele.

Sobre a S.D.P.P

Odeio com todas as forças a S.D.P.P.
Essas pessoas que são quase um nada,
com pouca força de gente dentro de si.
Essas pessoas se utilizam da S.D.P.P.
para humilhar na primeira oportunidade.
Ontem fui vítima de uma dessas pessoas,
Sempre li sobre o cão farejador que vive
dentro das pessoas, esse cão farejador sente
o cheiro de sangue nas feridas e as persegue
até saciar-se. Ontem uma desclassificada, cujo
cérebro ocupa a porção bundal da figura,
utilizou sua mais baixa S.D.P.P para me humilhar,
para saciar o seu cão farejador as minhas custas.
Sai de lá, sim, sem reação, digerindo atitudes gratuitas,
discriminatórias e me deixei ficar triste, porque ando
sensível demais, flor da pele demais.Mas por figuras assim,
juro que não me deixo mais abalar.
Porque penso, e minha inteligência é minha salvação.
E agora as coisas vão ser bem pensadas e planejadas,
porque meu cérebro não está na bunda, não mesmo.
Não tinha noção que minha branquelísse, meus olhos
verdes, ou sei lá mais o que no meu físico pudesse
incomodar tanto, agora sei.
Sem fazer nada, pelo simples fato de assim o ser,
sem me achar melhor ou pior, sem ser melhor ou pior,
simplesmente por ser.
Digerindo, pensando, pensando muito.
Ah, não sabe o que é S.D.P.P?
Acho que a maioria das pessoas já foi vítima de S.D.P.P,
funcionários públicos se usam bastante disso, porteiros,
policiais, professores, enfim, é um recurso usual e nojento
de nossa sociedade, a síndrome do pequeno poder.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Labirinto

Sentia o vento embaraçando meus cabelos.
Era uma espécie de gozo entregar-me ao seu frescor,
juntamente com as folhas, mostrando-me leve,
mutável, pueril.
Olhava os outros e rindo-me pensava: vocês não vêem o que eu vejo!
E me deliciava só, buscando o máximo da sensação.
Pensava na loucura e em uma amiga que fora convidada pelos loucos
para permanecer no hospício com eles.
E nós, quem nos convidou a ficar aprisionados à Terra,
como vermes sedentos? Devorando o nirvana.
Que comportamento é esse confundido com a liberdade de ser e de viver?
Percorria o meu labirinto interno, o mais longo e
divertido entre todos os labirintos, pois nele, as paredes
são formadas por gente. É, e dos mais diferentes tipos.
E cada um quer orientar meu caminho de acordo com seus saberes.
E cada um tem suas verdades. Seus mitos. Seus medos.
E eu, perdida nessa confusão de pensamentos e
estranha mania de vida, dilacerada pela necrofilia alheia .
Se as pessoas do meu labirinto ficassem estagnadas,
ele seria fácil de percorrer. Mas não,
elas vão mudando de lugar e de repente,
encontro-as formando novos caminhos,
misturadas com outros tipos de gente.
Ao reencontrá-las, conheço melhor seu jeito de existir,
o que muitas vezes me causa repulsão, pois ser humano
é uma mistura de luz e excrementos.
Quando enojada e cansada lembrei que o labirinto
era interno e tudo dependia de mim, destrui ele,
em uma só explosão.
Cega pelas faíscas, momentaneamente, achei que seria feliz.
Porém, num novo toque entre minhas pálpebras,
enxerguei-me livre num imenso vazio.
Percebi, então, que minha liberdade não me levaria a
lugar algum, pois não havia mais nenhum caminho a percorrer.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Falta de terra

Que falta tem me feito a terra.
Tanta, que talvez hoje comeria terra pra me sentir conectada a ela.
Que falta tem me feito a terra, estar sobre algo sólido.
Poder construir, poder plantar, poder criar raízes.
Ficar de um lado pra outro é bom, mas cansa.
Estou etérea demais, aérea demais, pensamento demais.
Preciso de terra. Preciso de chão. Preciso do meu pedaço de chão.
Estou em guerra demais, preciso aquietar o peito, recolher os feridos,
voltar pra casa em paz.
Se poesia fosse concreto, construiria outro mundo.
Se pudesse faria as pessoas de barro,
para que elas não se esqueçam que são da terra.
Para que eu não me esqueça que sou de barro.
O barro que guarda tão bem o silêncio e o som.