Semana cheia. Mil coisas a fazer, a pensar, a produzir...
Uma daquelas semanas que você se vê de pijama, e não sabe se está indo
dormir ou acabou de acordar...
E num piscar de olhos, mas com o corpo já no pó da rabiola,
chega a sexta-feira a noite. Finalmente algumas horinhas livres!
Daí, você toma um banho mais demorado, consegue até se olhar no espelho.
Sozinha em casa.
Coloco um som. Isso, som é muito efetivo nesses momentos.
Quanto mais alto, melhor. Canto vigorosamente junto.
Rede. Quer coisa melhor que rede? Pronto, já tinha o som, a rede e
sim, cigarros!
Acendo um cigarro. Impressionante.
Como pode no tempo de um cigarro pensar
tanta besteira e coisa desconexa junto.
No mísero tempo de um cigarro.
Daí o cigarro chama a cerveja.
Sim, afinal, de cara limpa não dá pra encarar o cansaço da sexta-feira à noite.
Fome... Para os sem pique de cozinhar, macarrão resolve.
Comer sozinha? Não. Ligo a televisão, mas não desligo o som.
Fico com os dois. Assisto um pouco de novela.
Tão fácil acompanhar os problemas assim da novela, né?
Se resolvem fácil, dá pra engolir pronto.
O tempo de tv, a tôa assim, não ultrapassa o da refeição.
A rede volta a me olhar com olhares volupiosos.
Mais uma cerveja, cigarros.
E pronto, o melodrama começa a tomar conta.
Essa mulher melodramática que mora dentro de
mim (mas que eu juro não tem nada haver comigo)
toma conta e me torna visceral.
Flor da pele.
Sente tudo. Ama. Não se aguenta dentro de si.
E é claro, sempre que esse ser se manifesta, a chance de
fazer alguma cagada é certa, porque essa
melodramática quer resolver tudo.
Mas óbvio, é uma inconsequente,
até na política ela se meteria assim.
Dai vai pro blog e escreve sobre o vazio, porque
mesmo com o som nas alturas, o cigarro, a cerveja
e os pensamentos desconexos, o vazio ronda.
Impressionante. Como pode caber tudo de vez?
Por fim cai morta de cansaço. "dorme gente fina e acorda pinel"
como diria Chico.
Sim, acordou com vontade de ser atriz.
Queria fazer uma esquete desses cotidianos infelizes
e comuns. Mas logo esquece. Há coisas mais importantes
por hora.
Mas o quê era mesmo?
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