Que falta tem me feito a terra.
Tanta, que talvez hoje comeria terra pra me sentir conectada a ela.
Que falta tem me feito a terra, estar sobre algo sólido.
Poder construir, poder plantar, poder criar raízes.
Ficar de um lado pra outro é bom, mas cansa.
Estou etérea demais, aérea demais, pensamento demais.
Preciso de terra. Preciso de chão. Preciso do meu pedaço de chão.
Estou em guerra demais, preciso aquietar o peito, recolher os feridos,
voltar pra casa em paz.
Se poesia fosse concreto, construiria outro mundo.
Se pudesse faria as pessoas de barro,
para que elas não se esqueçam que são da terra.
Para que eu não me esqueça que sou de barro.
O barro que guarda tão bem o silêncio e o som.
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