Fiquei emocionada. Foi a primeira vez que consegui passar a festa de Yemanjá aqui em Salvador. Com muita expectativa esperei esse dia 2 de fevereiro, pra homenagear minha mãe-Yemanjá, protetora dos mares e mãe de todos os orixás.
Segui orientação de amigos, que disseram que a homenagem melhor de ser feita é logo cedo, antes das 8 da manhã, quando o clima ainda está leve, antes dos foliões e da bebedeira que toma conta da festa.
ficando todas com a mesma cara do carnaval.
Assim, cedinho lá estava eu. A fila para mandar a rosa dentro da cesta no barquinho para alto mar é enorme, já nas primeiras horas da manhã e assim segue durante o dia todo. Preferi fazer a minha maneira, jogando minha rosa direto e prestando meu devotismo a essa figura tão simbólica de nossos mares. Me arrepiei toda, realmente é uma energia que não se explica.
Essa festa de Yemanjá tem aspectos interessantes, pois é a única festa de uma orixá que também é comemorada, como são festejados os santos católicos. Além de ser uma figura mitológica dos pescadores, Yemanjá está presente fortemente na Umbanda e Candoblé, mas é um orixá que caiu nas graças e simpatia de boa parte da população, independente da religião.
Nas areias, as tendas de candomblé para garantir os ritos e a estrutura necessária para oferendas e devoção, através dos altares, ervas etc. Logo que cheguei, um homem de uma das tendas perguntou se eu queria a benção de ervas, disse que sim, e ele fez a tal benção e depois queria 10 reais. Desculpei-me e não dei, odeio essas surpresas de valor no final. E aprendi - nada é de graça, nem a benção.
Mas fora isso, a festa deles é uma festa linda, simbólica, comandada pela energia dos atabaques.
Meio da manhã as ruas já estão tomadas por completa. O Comércio local vai de rosas, presentes para a rainha do mar e comidinhas e bebidinhas aos montes. Assim, como o passar do dia, mais bêbados se encontra pelo caminho e pior vai ficando a qualidade das músicas.
Mas fora isso, a festa deles é uma festa linda, simbólica, comandada pela energia dos atabaques.
Meio da manhã as ruas já estão tomadas por completa. O Comércio local vai de rosas, presentes para a rainha do mar e comidinhas e bebidinhas aos montes. Assim, como o passar do dia, mais bêbados se encontra pelo caminho e pior vai ficando a qualidade das músicas.
Mas para os de bom gosto, tem refúgios por perto para garantir o nível do som.
Como bióloga, sempre tive a preocupação com “os presentes” mandados para o mar. Presentes que incluem bonecas, pentes, espelhos, perfumes com frascos, sabonetes. Sabemos o quanto isso interfere no ecossistema aquático e que essa necessidade de materizalização é muito mais humana do que do orixá.
Esse ano teve uma iniciativa muito bacana e corajosa do Instituto Nzinga de Capoeira Angola que foi bem legal, deram uma triada nas oferendas para ir menos lixo para o mar. Com o slogan "Yemanjá protege a quem protege o mar” começa a mudança de hábitos culturais antigos e enraizados. A campanha tem que ser feita com cuidado, porque mexe na crença de um bocado de gente,
mas tem que ser feita, para que Yemanjá não morra no meio do lixo que vai pro mar.
Como bióloga, sempre tive a preocupação com “os presentes” mandados para o mar. Presentes que incluem bonecas, pentes, espelhos, perfumes com frascos, sabonetes. Sabemos o quanto isso interfere no ecossistema aquático e que essa necessidade de materizalização é muito mais humana do que do orixá.
Esse ano teve uma iniciativa muito bacana e corajosa do Instituto Nzinga de Capoeira Angola que foi bem legal, deram uma triada nas oferendas para ir menos lixo para o mar. Com o slogan "Yemanjá protege a quem protege o mar” começa a mudança de hábitos culturais antigos e enraizados. A campanha tem que ser feita com cuidado, porque mexe na crença de um bocado de gente,
mas tem que ser feita, para que Yemanjá não morra no meio do lixo que vai pro mar.
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